Páginas

27 fevereiro 2018

A Redoma de Vidro | RESENHA


Livro: A Redoma de Vidro
Autora: Sylvia Plath
Primeira publicação: 1963

Esther Greenwood aparenta ter a vida perfeita. Ela está no auge de seus 19 anos, tem uma bolsa de estudos em uma boa universidade, tem sucesso em sua vida acadêmica e está estagiando em uma revista feminina na cidade de Nova York durante as férias. Só que isso tudo, ao invés de deixá-la extremamente feliz e animada, faz com que se sinta cada vez mais vazia e sem propósito. Então, Esther começa a questionar ela mesma, suas escolhas, relembrando alguns acontecimentos da sua vida que a fizeram chegar até onde está.

É evidente o conflito de identidade que a personagem passa no decorrer do livro. Ela se pergunta sobre seus valores, deixando evidente uma de suas crises que é a questão da pureza, da vida sexual e dos desejos que sente. Esther também tem dúvidas quanto a seu futuro, o que vai se tornar depois da faculdade, a vida profissional, casar e ter filhos. E tudo isso faz com que ela se sinta cada vez mais pressionada e desanimada, falando muito sobre a vontade de ser outra pessoa, de fugir, de viver outra vida. 

E então, os sintomas de depressão se tornam cada vez mais claros. Mas estamos falando do ano de 1950. Se hoje, em pleno século XXI, a doença é mal compreendida pelas pessoas, quem dirá há mais de 60 anos atrás?

Esse é um livro pesado, não tem como negar. Uma história que fala da visão de uma garota no início dos anos 50 do mundo que a cerca, os problemas da época, a forma como ela enxerga seu eu interior e o mundo a sua volta. 

É um livro altamente autobiográfico. O livro de Silvia Plath foi lançado semanas antes de sua morte e inspirado nos acontecimentos do verão de 1952, quando a autora tenta suicídio e é levada a uma clínica psiquiátrica. 

O livro, para mim, foi como um reconhecimento. Li no final de Janeiro quando as coisas não estavam correndo da melhor forma. Eu estava no meio de uma crise, então foi realmente interessante ler através da personagem o que eu estava sentindo. Doeu algumas vezes. Mas a leitura vez com que eu admitisse algo para mim mesma: que eu tinha/tenho um problema e preciso resolver. 

Tive vários insights no decorrer da leitura que me fizeram perceber a realidade frágil em que vivemos. Recomendo muito a leitura, mas caso você passe por algum tipo de problema relacionado a sua saúde mental, muito cuidado.

Até a próxima!

22 fevereiro 2018

Pantera Negra | FILME


E cá estou eu, como a boa fã de filmes da Marvel que sou, falando sobre o mais novo filme desse universo fantástico. 

Fui com a expectativa bem baixa para conhecer o herói — já acostumada a não ter os primeiros filmes de cada herói como favoritos — e saí da sala de cinema surpresa com tudo que eu vi. O filme me deixou surpresa e a forma como foi contada a história do Pantera Negra também me cativou.

O HERÓI — T'Challa é um herói e príncipe um tanto diferentes da média. Ele foi criado para ser rei e para ser um Pantera Negra, um herói focado e exímio líder político. Consegui me encaixar com o personagem, já que ele mostra sentimentos muito humanos. Ele chora, expõe seus sentimentos, mostrando que um líder e herói também tem suas fraquezas.

O VILÃO — QUE PERSONAGEM! Tenho que confessar que saí apaixonada pelo personagem (e pelo ator, tenho que confessar) da sala de cinema. O vilão tem um motivo real para ser e é firme em sua convicção, e assim continua até o final. Ele sustenta toda a questão social que é trazida no filme, compondo a trama de uma maneira muito boa. 

A FORÇA DA MULHER — Mais um filme com uma representatividade excelente do poder feminino, evidenciado pelas duas lutadoras que apoiam e lutam ao lado do Pantera Negra, da irmã que é um prodígio da tecnologia. Amo filmes com mulheres fortes que defendem o que acreditam e, em nenhum momento, elas são apagadas pelo personagem principal. 

REPRESENTATIVIDADE — Eu amo o fato desse filme reunir pessoas e realidades que merecem destaque. Tanto por um herói negro, mulheres fortes, a própria África e a comunidade negra. Com certeza, uma África ilusória e criada em um universo heroico, mas que não deixa de ser citada.

A HISTÓRIA — Sim, é um filme bastante apegado a história e tradições, ele faz um bom papel apresentando o universo do Pantera Negra. Conversando com alguns amigos, eles disseram quem acabaram sentindo falta de mais ação. E de fato, não é aquela ação de várias explosões, prédios caindo e a galáxia entrando em colapso. Entretanto, o ambiente apresentado é tão rico em detalhes, misturando misticismo e tecnologia, que as cenas de ação não se tornavam principais, mas acessórios ao enredo. Sem falar no debate social que o filme conduz e encaixa perfeitamente na trama contada.

A entrada de Wakanda no universo dos heróis da Marvel vai tornar os próximos filmes ainda mais interessantes e vai torná-lo ainda mais incrível. Ansiosa para tudo o que virá depois.


Adeus? | TEXTO





Chegou a hora de dizer adeus.

O dia que eu nunca pensei que chegaria.

Se eu soubesse que passaria tão rápido, teria vivido cada momento como se fosse o último, não teria desperdiçado um mísero segundo. Foram anos que eu te senti meu algumas vezes, ter perdi por outros e, realmente, senti que não me importava em certos momentos. Mas no fundo, você sempre esteve lá. Como aquela cicatriz latente, a ferida facilmente aberta. 

Eu tentei te esquecer um milhão de vezes nesses 5 anos. 5 fucking anos. E todas as vezes que eu achei que você não significava mais nada, tua presença voltava a ser constante diariamente na minha vida e todos os meus esforços iam por água abaixo.

Porém, nada nunca se comparou a esses últimos meses. Eu realmente achei que era real. Você fez parecer real. Mas só parecia. 

Senti tua mão se entrelaçar na minha mais vezes que achei certo. Senti cada carinho sabendo que era totalmente proibido. Perigo. A sensação de “não deveria”fez tudo parecer ainda mais urgente, ainda mais importante, ainda mais nosso.

Antes da sua entrada na minha vida, prometi para mim mesma que nunca mais escreveria sobre mim. Sobre meu coração quebrado. E mantive a promessa, até agora. Até o momento em que eu sei que não teria pra onde fugir. 

É certo que o amor da sua vida seja de outra pessoa? Por que os céus permitem que isso aconteça?

Porque não existe a porcaria da pessoa certa.

Nunca acreditei que existisse.


Até você chegar.


Até você encher minha vida de certezas e acabar com as dúvidas. Mas agora você traz tudo de novo, apenas com a iminência do teu afastamento.

Sabe aquela sensação de que nunca, ninguém, vai ser você? Ninguém vai me entender o suficiente. Ninguém vai me proteger o suficiente. Ninguém nunca vai ser suficiente. 

Nunca é forte demais.

Ou será que não? 

As coisas relacionadas a ti sempre parecem fortes demais. O amor é forte demais. A dependência é forte demais.

Dependente.

Dependente da tua atenção, do teu carinho, do teu amor, da tua companhia, da tua presença, docinho.


Texto escrito por Nathália Kai em 2 de Outubro de 2017.

Quem sou eu? | TEXTO


Seria essa a pergunta que a gente mais se faz na vida? 

E quanto tempo a gente demora para descobrir a resposta? 

Acho que passei minha vida inteira tentando me apresentar, tentando definir quem eu era de verdade, bem lá no fundo. Por que é tão importante que a gente saiba quem a gente é e por que passamos a vida procurando a resposta?

Porque é a convenção, é o que todo mundo diz que a gente deve fazer. Mas, e se bem lá no fundo, eu não quiser ser nada? Será que tem algum problema?

Não tem porque se definir se a gente pode ser tudo. Tudo que a gente quiser. 

E é isso que eu sei, na verdade, sobre quem eu sou. 

Que eu sou tudo. Tudo e mais um pouco. 

Um multiverso dentro de mim. 

Eu, multiverso.