Livro: A Redoma de Vidro
Autora: Sylvia Plath
Primeira publicação: 1963
Esther Greenwood aparenta ter a vida perfeita. Ela está no auge de seus 19 anos, tem uma bolsa de estudos em uma boa universidade, tem sucesso em sua vida acadêmica e está estagiando em uma revista feminina na cidade de Nova York durante as férias. Só que isso tudo, ao invés de deixá-la extremamente feliz e animada, faz com que se sinta cada vez mais vazia e sem propósito. Então, Esther começa a questionar ela mesma, suas escolhas, relembrando alguns acontecimentos da sua vida que a fizeram chegar até onde está.
É evidente o conflito de identidade que a personagem passa no decorrer do livro. Ela se pergunta sobre seus valores, deixando evidente uma de suas crises que é a questão da pureza, da vida sexual e dos desejos que sente. Esther também tem dúvidas quanto a seu futuro, o que vai se tornar depois da faculdade, a vida profissional, casar e ter filhos. E tudo isso faz com que ela se sinta cada vez mais pressionada e desanimada, falando muito sobre a vontade de ser outra pessoa, de fugir, de viver outra vida.
E então, os sintomas de depressão se tornam cada vez mais claros. Mas estamos falando do ano de 1950. Se hoje, em pleno século XXI, a doença é mal compreendida pelas pessoas, quem dirá há mais de 60 anos atrás?
Esse é um livro pesado, não tem como negar. Uma história que fala da visão de uma garota no início dos anos 50 do mundo que a cerca, os problemas da época, a forma como ela enxerga seu eu interior e o mundo a sua volta.
É um livro altamente autobiográfico. O livro de Silvia Plath foi lançado semanas antes de sua morte e inspirado nos acontecimentos do verão de 1952, quando a autora tenta suicídio e é levada a uma clínica psiquiátrica.
O livro, para mim, foi como um reconhecimento. Li no final de Janeiro quando as coisas não estavam correndo da melhor forma. Eu estava no meio de uma crise, então foi realmente interessante ler através da personagem o que eu estava sentindo. Doeu algumas vezes. Mas a leitura vez com que eu admitisse algo para mim mesma: que eu tinha/tenho um problema e preciso resolver.
Tive vários insights no decorrer da leitura que me fizeram perceber a realidade frágil em que vivemos. Recomendo muito a leitura, mas caso você passe por algum tipo de problema relacionado a sua saúde mental, muito cuidado.
Até a próxima!
Até a próxima!